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Narração de histórias fios & tramas 

Núcleo especial

Não será oferecido neste semestre

Qual a íntima relação entre narrar e bordar uma história?

"Foi na alegria, não na penúria, que o homem encontrou seu espírito. A conquista do supérfluo produz uma excitação espiritual maior que a conquista do necessário. O homem é uma criação do desejo, não uma criação da necesidade."

(Bachelard, A psicanálise do Fogo, p.25)

A história e o bordado
por Monalisa Lins

Criar: fazer algo a partir de sua própria substância. Como na representação pictórica das Parcas, onde o fio que tece a vida é retirado do próprio ventre da tecelã.

O fio das histórias se entrelaça ao fio das memórias, produzindo uma trama impregnada de imagens - arquetípicas, afetivas, sonhadas - que encontrarão sua expressão nos fios das linhas do bordado e do tecido.

Tecido, da mesma raiz etimológica de texto, do latim TECERE, construir, entrelaçar fios.

Neste percurso, o aprofundamento dos estudos sobre o processo de narração de histórias, através da apropriação das imagens suscitadas no processo de ouvir e contar, serão significadas durante a realização do bordado,conduzindo cada um ao encontro com seu próprio narrador, pois, o conto, só pode "afetar", quando contado tendo como material principal, aquilo que foi visto, ouvido e sentido pelo narrador; quando este mesmo narrador tece a história junto ao ouvinte à partir de um fio que dele nasce, cujo significado faz parte da trama de sua própria vida.

E a palavra se faz imagem, que se faz tecido.

Tecido que se fará texto, palavra criada e criadora.

O bordado e a história
por Nadia Yamim

O bordar aparece aqui como elemento de resistência para além da arte manual, tendo como inspiração e referência as Arpilleras, destacando-se Violeta Parra (Chile), O lenço dos Namorados (Portugal) e As matizes Dumont (Brasil).

Imaginação - inventa mais que coisas e dramas; inventa vida nova, inventa mente nova; abre olhos que têm novos tipos de visão. Verá se tiver "visão". Terá visão se se educar com devaneios antes de educar-se com as experiências, se as experiências vierem depois como provas de seus devaneios. (p.18)

Memória - é um campo de ruinas psicológicas, um amontoado de recordações. (p18)

Devaneio - ajuda-nos a habitar o mundo, a habitar a felicidade do mundo. (p.23)

Então, é notável que o domínio mais favorável para receber a consciência da liberdade seja precisamente o devaneio. Pois, "é só no devaneio que somos seres livres... sonhamos enquanto nos lembramos, lembramo-nos enquanto sonhamos." (p. 94)

Uma poético-análise que deve devolver-nos todos os privilégios da imaginação.

(Bachelard - A água e os sonhos)

Expressar e

EXPERIMENTAR

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