top of page

O tango e o samba a partir de uma perspectiva de gênero e diversidade

No sábado, dia 18 de novembro de 2017, aconteceu no LAB-ARTE / FE-USP um encontro sobre as questões de diversidade e gênero no Tango e no Samba de Gafieria. A pesquisa gestada por José Manuel Alvarez Seara foi delineada por entrevistas com pessoas das comunidades de dança e as questões queer relacionadas. Estas entrevistas foram coletadas em milongas, bailes, aulas no Uruguai, Argentina e Brasil. José é dançarino e percussionista e o tema do encontro é também de seu doutorado em Ocio, Cultura y Comunicación para el Desarrolo Humano, na Universidade de Deusto, na Espanha.

A pesquisa trata sobre os “estereótipos marcados por aquilo que as pessoas podem fazer, padrões rígidos nos quais as pessoas, segundo seu sexo biológico, devem realizar determinadas ações. Nos últimos anos, diversos coletivos têm tensionado tais estereótipos encontrando-se para dançar o Tango e o Samba de Gafieira sem seguir um padrão de heteronormativo determinado. Tudo isso pode ser analisado desde a perspectiva de Butler em relação de uma regulação normativa dos corpos.”

O encontro foi mediado por Adriana Nogueira, graduanda em Pedagogia pela Universidade de São Paulo, dançarina de tango há 10 anos, que tem como eixo principal de pesquisa as questões de gênero nos papéis sociais de dança e as raízes negras e ameríndias do Tango.

Há tempos venho com estes devaneios em minha dança. Esta vontade de propor e de me entregar. Estas duas dimensões: parte minha quer controle, quer criar, quer guiar, quer mostrar-se, manifestar-se. E, outra parte de mim, quer ouvir, quer ler, quer saber mais sobre este outro universo fora de mim, que traz tanta novidade, tanta boniteza e tanto conflito. O corpo é este lugar de encontro, de choque! Categorizar essas ações tão potentes em papéis definidos em lugar de menino e lugar de menina? Quanta pobreza! Paremos de hipocrisia não? Ainda é assim, mesmo nos bonitos discursos contemporâneos. Não adianta absorver palavras se elas não te atravessam o corpo e a experiência. Nas relações estamos juntos, espelhados, na mesma direção, mas tem vezes que a gente sai, faz outra coisa, vibra em outra sintonia e como faz para continuarmos a dançar juntos? É aqui que se abre o diálogo e calma ninguém quer acabar com a história das danças sociais e a tradição que se construiu por tantos anos e de que somos ancestrais. A vontade é trazer toda essa história de volta, retomar e abrir novos horizontes. Que venham espaços para estas experiências. Do novo! Do velho! E do que está por vir!

Adriana Nogueira

Veja abaixo imagens do que rolou:

destaques
postagens recentes
arquivo
palavras-chave
bottom of page